Dia dos avós
Se este dia se perdia no longíquo das minhas memórias, pois só me lembrava dele existir quando estava na infantil quando fazia manualmente lembranças para os meus avós que estavam "longe, lá no Porto", eis que ressurge dos mortos! Parece-me a mim que com tanto dia disto e daquilo, pouca importância se tem dado aos avós hoje em dia! Pois, realmente já não tenho os meus, mas guardo deles as melhores recordações. Mas, não tendo os meus a quem prestar homenagem, presto a uma avó muito especial... a minha mãe! Aquela que correu para o hospital para ver o seguimento da sua vida. A que amparou a filha quando esta não tinha forças físicas nem psicológicas para tão grande novidade na sua vida, a que se mantém contactável para qualquer emergência, a que toma de bom grado o lugar da mãe quando esta precisa de se ausentar, tomando conta do neto com todo o enlevo como se fosse o seu próprio filho. Dizem que as avós têm mais paciência que as mães... eu concordo! Ela tem a calma que me falta por vezes (como em qualquer mãe ansiosa de primeira viagem), o amor em sobejo para os dois... é o meu (nosso) porto de abrigo.
Parece-me que a nossa sociedade desapegou-se dos idosos (tantos deles avós), emprole de uma vida activa de trabalho, não deixando tempo para olhar por eles, assim como pelos nossos filhos. Não nos esqueçamos deles, das suas histórias, da sua História, dos seus ensinamentos, do amor que nos dedicaram um dia. Amor esse que esperam de nós até ao fim dos seus dias. Também eles querem ter em nós um porto de abrigo!